Cada pessoa, cada religião tem as suas particularidades diante de uma perda e diante das maneiras de se confortarem. Diferentes cerimônias são realizadas diante da variedade de religiões existentes, esses ritos são importantes, afinal ajudam as pessoas em luto a se despedirem daqueles que partiram e encarar o falecimento com uma nova perspectiva. Vamos ver alguns religiões e suas formas de despedida:
Catolicismo: bem presente no nosso país, por isso são mais conhecidos por nós. Normalmente é realizado um velório com o enterro em seguida. Em média de 12 a 24h entre o falecimento até o sepultamento. Também é de costume rezar missas e cantos, os católicos também convidam padres para realizar um conjunto de rezas para permitir que o corpo se prepare para a vida eterna. É possível a presença de cruz e velas, assim como flores e coroas. O Dia dos Finados, no dia 02 de novembro também é muito importante para alguns cristãos, data dedicada para a oração por aqueles que partiram e visitação aos cemitérios.
Espiritismo: para os espíritas, a morte não é o fim, se trata apenas de uma passagem deste mundo para o outro. É o momento de deixar o corpo físico até a reencarnação em outro corpo com a missão de aprimoramento e evolução. Em relação às cerimônias, ela é parecida com a católica, no velório é comum as preces para a busca de equilíbrio porque eles acreditam que o desencarnado pode continuar na Terra por determinado período. O corpo pode ser cremado ou sepultado e os espíritas não costumam ficar clamando pelos seus entes queridos para não dificultar a passagem para a nova vida.
Judaísmo: para os judeus, a despedida é hora de reunir os amigos e familiares para exaltar as qualidades do falecido, comentar sobre a vida e realizar orações em nome dele. Os caixões costumam ser rodeados por velas para o espírito encontrar um caminho iluminado. Outro costume que é de grande honra para a família, é oferecer donativos a entidades em nome do falecido, é o que ajuda a trazer conforto espiritual à alma para o encontro com Deus. O velório normalmente é feito com o caixão fechado, a exposição do falecido é visto como desrespeito, o corpo não fica sozinho e os participantes não podem beber, comer, cantar nem ouvir músicas. É feito as leituras de salmos e declarações das bondades do falecido. A colocação da lápide não ocorre no enterro, no Brasil é colocado depois de 11 dias do falecimento, em Israel o tempo mínimo são 30 dias.
Islamismo: para os muçulmanos, o sepultamento deve ser feito rapidamente. O velório é encarado como uma fase intermediária que está entre a preparação do corpo e o sepultamento. Os trajes devem ser respeitosos e as mulheres precisam usar as cabeças cobertas. Durante a cerimônia pode haver música e as rezas dos familiares devem ser realizadas perto do caixão para que o falecido encontre o seu caminho.
Candomblé: uma religião de matriz africana que também não acredita na morte como um fim. O ritual pós morte possui várias etapas para o desprendimento da alma. Depois desses momentos ocorre o velório onde são entoados diversos cantos para auxiliar o espírito na chegada do seu lugar de origem. O ritual se renova após um ano do falecimento e se repete pelos próximos três anos.
Budismo: celebrado em várias partes do Oriente, mas em cada país as cerimônias mudam. Algo comum é a celebração após 7 dias da morte com o encontro dos familiares e amigos. Isso se repete a cada 7 dias até completar 49 dias de falecimento. Outra tradição são os chamados “ofícios memoriais” que são oferecidas pelas famílias para celebrar as memórias do falecido, elas acontecem em aniversários específicos da morte.
O conforto no luto é necessário independente da crença, as cerimônias são essenciais para esse momento, ajudando a aliviar a dor para encerrar um ciclo e sentir que seu ente querido está em um lugar melhor. Mesmo sem crença em alguma religião o velório pode significar uma despedida que também ajuda no processo de luto tornando o momento mais confortável possível.