A primavera é a estação que apresenta um clima mais ameno e aumento na umidade do ar. Por isso, muitas flores desabrocham nesse período, por causa do aumento gradativo de temperatura e o regime de chuvas que cresce.
Sendo a estação das flores e plantas, não podemos esquecer da infinidade de propriedades que a natureza nos fornece. O Brasil é um dos países de maior diversificação e tem entre os biomas a Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampas, e Pantanal, o que lhe confere uma imensa diversidade de plantas, sendo grande parte delas com funções fitoterápicas. O médico Antonio Seixlack, clínico geral e vice-presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia, explica no que consiste essa modalidade da medicina, “A fitoterapia se constitui no tratamento ou na prevenção de doenças através da utilização das plantas medicinais.” Quando questionado se podemos substituir medicamentos por plantas, Dr. Antonio faz um alerta, “as principais indicações de uso das plantas medicinais são relacionadas às doenças simples, e nestas situações o tratamento pode ser iniciado com elas. Não havendo melhora, deve ser procurado assistência médica.”
Existem algumas folhas e flores que todos podemos ter acesso, como a calêndula, usada em lesões e ferimentos da pele e a camomila, “Dependendo da planta, a função medicinal pode estar em no conjunto da planta, ou em partes delas. No caso da camomila, por exemplo, sua função sedativa e está relacionada à presença de substâncias químicas presentes nas flores.”
As maiores colaboradoras para o processo de florescimento acontecer são as abelhas, “entre os animais polinizadores, elas são os mais eficientes, pois a maioria das espécies desses insetos alimenta-se exclusivamente de recursos florais, assim, necessitam visitar as flores obrigatoriamente”, como explica Katia Aleixo, bióloga consultora da Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.).
Atualmente, são conhecidas mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo, com variações de tamanho, forma, coloração, hábitos de construção de ninhos e modos de vida. De acordo com a bióloga da associação A.B.E.L.H.A., existe um certo exagero na afirmação que sem as abelhas, não haverá plantações: “existem outros agentes polinizadores, tanto animais, quanto agentes não vivos, como o vento. Mas, claro, é inegável que teríamos uma grande redução na diversidade de plantas. De qualquer forma, esses episódios de mortandade devem ser apurados pelas autoridades para que sejam evitados no futuro. A adoção de boas práticas agrícolas e apícolas e um diálogo entre agricultores e apicultores são muito importantes para isso.” Afinal, a perda de qualquer espécie causa um desequilíbrio na natureza.